terça-feira, 3 de agosto de 2010

Diário de um bom ator


Em 1998 eu era fã do Leonardo DiCaprio. Eu e metade da população adolescente do universo. Ele vivia o auge da fama com o sucesso do barulhente e vazio de história Titanic, de James Cameron, o pai dos bichinhos azuis do Avatar. É aquela faze onde a gente se derrete por algum bonitinho do cinema ou da tv ou da música, abarrota as gavetas de revistas e sabe de cor as bandas que ele escuta. Uma menina tola, pra resumir. Mas naquela época eu já dava meus pitacos em cinema e corri atrás de outros filmes com Dicaprio que não fossem a versão modernosa de Baz Luhrmann para Romeu e Julieta ou o já citado desastre de navio que encheu os bolsos do Cameron. Ao lado de O despertar de um homem, onde Leonardo tem uma atuação incrível ao lado do grande Robert DeNiro, o meu preferido é Diário de um adolescente. No filme, o então franzino ator encarna o poeta Jim Carroll em sua fase mais pesada, onde se envolveu com drogas e escreveu seus melhores versos. Gosto desse filme pela condução do roteiro, pela trilha sonora sensasional, mas principalmente pelos olhares de DiCaprio. E não, eu não estou me derretendo. É raro um ator tão jovem expressar através do olhar a bagunça danada que passa na cabeça de um jovem talentoso que vê seu mundo desababar quase que de uma hora para outra. E Leonardo consegue. Com certeza, naquela época, ele não imaginava que se tornaria o queridinho das meninas, com direito a gritaria em porta de hotel. Mas como tudo nesse mundo de 15 minutos, uma hora a festa acaba. E ele não pirou. Foi lá, aproveitou o lado bom da grana e da fama e decidiu buscar novos filmes. Com sei jeito italianinho, conquistou o baixinho mais talentoso de Hollywood: Martin Scorsese.
Hoje é 2010, eu mandei pra reciclagem meus pôsteres do Leo e tenho plena certeza de que ele não vai casar comigo. Mas adoro rever Diário de um adolescente, ainda mais na versão em DVD com bons extras. Quem não conhece, corre lá. Jim Carroll escrevia como poucos. E Leonardo anda atuando melhor que muitos por aí.

Bjus da Bia

Um comentário:

Márcia Pilar disse...

Sensacional pra mim são as atuações dele em 'Prenda-me se for capaz', com aquele jeitão de "EU SEI O QUE TOU FAZENDO" e sabe mesmo. E em 'O Aviador', a interpretação daquele visionário maluco que tem mania de limpeza foi delirante.