quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Somos muitas e assim é bem bom!


Dia 18 de janeiro estreiou The United States of Tara, série produzida por Steven Spielberg e que tem roteiro de Diablo Cody. Como eu não fui pros States da Tara nesse mês, o jeito foi buscar na net alguma coisa. E achei! E pirei!
O bom humor da Diablo está em cada diálogo, em cada cena bizarra e ao mesmo tempo comum a todos nós. Pra que não sabe, a série conta a história de Tara, uma dona de casa que tem múltiplas personalidades. Pode ser uma adolescente bem taradinha, uma exemplar amélia ou um cara machista e safado. Parece uma loucura uma sinopse assim, mas eu garanto: é ótimo! Toni Collette( aiiii, adoro!) está numa das suas melhores fases e encara com o charme e o talento de sempre as múltiplas faces de Tara.

Assistindo aos primeiros episódios, tirei uma conclusão: a história não é uma ficção. Acho que toda mulher sofre de múltiplas personalidades. E isso é bom. Afinal, fazer todo dia do mesmo jeito, acordar sempre com a mesma cara, usar sempre as mesmas frases ou cantar sempre as mesmas músicas deve ser um saco.

Pra que ser uma só se a gente pode ser várias? Se você ainda não achou a(s) outra(s) você aí dentro, trate de tirar um tempo e procurar. Antes que você pire e perca o mais divertido da vida.

Bjus da(s) Bia(s)

domingo, 25 de janeiro de 2009

A melhor curva da estrada


Caí sozinho. Talvez fosse o alcóol. Talvez fosse ela. Eu não vou me prestar a descrever o corpo, as garras, os peitos ou o que mais for. Eu quero é falar daquele rosto, mas me faltam os verbos e aquela coisa que serve pra elogiar...adjetivos, né? Bom, era um rosto frágil demais. Era como se eu estivesse diante de uma daquelas colagens doidas, onde colocam a cara de um anjo num corpo de mulher mortal. Mortal, em todos os sentidos. Porque aqueles olhos estavam prestes a me matar, eu sei. Era isso que ela queria. Mas parecia que o corpo dizia o contrário. Era um rosto delicado demais pr'aqueles olhos fortes e firmes. A timidez das mãos inquietas não combinavam com aquelas olhadas que mais pareciam um verbete de dicionário:mil significados.Eu podia tá entendendo tudo errado, mas havia um convite dentro daquelas pupilas e, modéstia a parte, era pra mim.
E depois de muitos ensaios, eu resolvi aceitar. E tomei o rumo daqueles olhos...

Só bem de perto percebi o quão justo era aquele vestido preto. Ela não disse nada. Eu não conseguia dizer nada. Nem pensar em nada. E isso devia tá escrito na minha cara. Pois como todo perdido, ela percebeu que eu precisava de um mapa. E me guiou, com toda delicadeza do mundo, que a estrada estava bem na minha frente. Pegou minha mão e, sem dizer uma sílaba, me deixou percorrer a melhor curva.

As moças da massa

Um amigo-maluco meu lançou o desafio: Meninas escrevendo textos como se fossem homens. E depois da idéia ele batizou a coisa: As moças da massa, numa alusão ao projeto musical ultradivertido 3 na massa.
Aceitei o convite na hora e cá com os meus botões azuis pensei: essa é mole.
Mole devia estar minha cabeça na hora que eu disse sim! Penei horrores com o tal texto. Mas ele tá quase pronto. Daqui a pouco dá as caras por aqui.
Fica o aviso.

Bjus da Bia

Noite chuvosa

By Bianca Zasso

Abre uma veia
e deixa meu som entrar, correr
derrapar nas curvas
dos teus vasos sangüíneos

Um raio e as gotas
logo tomam conta da janela
Isso me leva pra fora
rasga meu luto indeciso
fecha meus cadeados
pra no instante seguinte
arrebentar meus portões.

Lá fora
poças enormes
encharcam os sapatos dos mortais.

Da janela molhada se vê
o desejo escorrendo aos litros.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O cinema da minhas veias


"Quem só quer ver bons filmes, não gosta de cinema"(Rubem Fonseca, no conto Carpe Diem)

Eu amo cinema. Já aviso que não sou do tipo que trasformo o verbo amar em bom-dia. Aliás, eu não dou bom-dia pra qualquer um. Minha paixão pelo cinema é tão verdadeira que me permite dizer alguns não e fazer algumas queixas.
Lembram do post onde eu falava das coisas que eu não gostava e as pessoas não entendiam? Pois é, além do Radiohead, eu também não gosto do David Lynch. Não conheço o cara, mas já vi quase todos os seus filmes. Respeito-o muito. Sei de sua importância para a história do cinema. Mas não me derreto nem dou gritinhos quando ele aparece. Assisti Veludo Azul quando tinha 17 anos e não quero repeteco. Mesmo assim, não tenho o direito de dizer que odeio David Lynch. Acho O homem elefante um filme maravilhoso e gosto bastante da série Twin Peaks.
Poucos são os que me entendem quando eu saio de um filme e digo que não goste. Eles insistem que, com tantos filmes nas costas, eu já deveria ter uma mira bem treinada. Ledo engano. Cinema é que nem a vida: uma surpresa atrás da outra, uma caixinha cheia de decepções e descobertas animadoras. Nem só de filmes bons vive um cinéfilo. É preciso coragem pra arriscar o dinheiro numa produção que parece uma sessão de tortura. Claro que tem certas coisas que não me atraem, não vou sair de casa de banho tomado e ansiosa para ver o novo Pânico ou Jogos Mortais.Conhecço bem meu cérebro e meu coração. Mas também gosto de uma aventura, de vez em quando. Por exemplo: escolhi ver O amor não tira férias só por causa do Jack Black e do Eli Wallack. Tive que aguentar quase 2 horas de babaquices da Cameron Diaz, mas fui brindada com o talento sutil e elegante de Kate Winslet. Não foi minha melhor sessão, mas saí sorrindo da sala escura.
Pena que quem gosta de filmes-abacaxi não tenha a mesma coragem e se arrisque a assistir coisas "diferentes". É trisque saber que tem gente que prefere piadas baratas ao invés do humor fino; a violência clichê e barulhenta ao invés das sutilezas dos crimes bem engenhados.
Talvez um dia eu sinta um friozinho na barriga quando ouvir falar na estréia de um filme do Lynch. Por enquanto, não vou perder seus filmes, porque amo cinema e a tela diante de mim é muito mais do que diversão: é uma eterna descoberta.

Bjus da Bia

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Tem sempre um babaca

Duas moçoilas na frente de casa. Pipoca na tigela. Cabelos embaraçados. Final de tarde.

-...foi assim que eu terminei com aquele babaca.
-Foi criativo, pelo menos.
-Foi a solução, isso sim. Não aguentava mais escutar todo santo fim de semana: que tal a gente assistir "Antes que termine o dia"? Ou, quem sabe, "Doce Novembro"? Ah, vai se catar!
-Ah, eu gosto de "Doce Novembro".
-A criatura é tão burra que dói! Podia ter dado uma pesquisada no que eu gosto.
-Mas aí ele não ía tá sendo sincero. Ia ir contra o gosto de filme dele.
-Mas pelo menos começava melhor a história, né? Depois eu dava um jeito dele gostar do Kubrick ou invés do Adam Sandler.
-Ah, eu gosto do Adam Sandler. Já viu "Reine sobre mim"?
-Já. Esse até que é bom. Mas não é o Kubrick.
-É. Não é.
-Bom, eu só sei que tô bem mais feliz. Mandei aquele bezerro desengonçado pastar.
-Mandou pastar bonito.
-E pasto bem adubado.
-Logo tu acha um homem que te mereça.
-Espero que sim. Senão eu me satisfaço com mais um babaca mesmo.

Silêncio. Eleas vistoriam as unhas roídas.

-Mas ele tem que gostar de Kubrick.
-É. Eu gosto do Kubrick

Bjus da Bia

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Nome

By Bianca Zasso

Dizer teu nome
arranha minha garganta
arde
queima a língua
e levemente sufoca

Em silêncio
espero teu rápido adeus

Qaundo a porta bater
nenhuma lágrima vai surgir.
Apenas vou gritar mais alto.

A palavra

By Bianca Zasso

Madrugada
é uma palavra tão bonita
na tua boca
que mesmo de longe
eu gosto de ouvir

Outro mundo

By Bianca Zasso

Não encontro os copos
Não decifro as pistas
que os objetos ditam
em cima das mesas.
Não sei cantarolar
no ritmo dos teus passos.
Não sei se devo ficar.
Mas tenho uma doce certeza:
beijar na cama alehia
tem outro gosto.

Geek


Tenho fama de nerd. Tá, confesso que sempre me esforcei na escola, morria de medo de tomar bomba. Mas não que eu fosse uma apaixonada pelos estudos, era apenas um modo de acabar mais rápido aquela máquina de tortura que chamam de ensino médio. Enfim, de óculos, magrela e chegada num livro, eu não podia ter outra fama.
Pois pasmem: agora a moda é ser Geek, estilo nerd mesmo. Tá bom que moda é um negócio que vem de dentro( eu acho) mas ninguém resiste numa olhadinha nas revistas especializadas. E eu babei quando vi essa foto da Scarlett( tá, eu sempre adoro o estilo dela, mas esse foi demais!). Rostinho de princesa e óculos grandões. Linda!!!! Virou meu sonho de consumo...

Ai, ai...

E já que eu falei em livros, vai a dica. Um estranho no ninho, de Ken Kesey. Inspirou o filme genial de Milos Forman, protagonizado por aquela maquina de talento do Jack Nicholson. O livro é bem -humorado, com descrições ótimas e diálogos como a muito eu não lia. A gente termina a última página e percebe que a loucura está muito além do que se imagina. Leiam, gurizada!

Bjus da Bia

Nada que uma bobagem não resolva


Passei umas boas horas de 2008 tensa. Preocupada com meio mundo, incluindo nesse caldo o meu mundo. Em resumo: não tive tempo pra ser babaca. Quase ninguém entende essa minha necessidade de falar besteiras e trocar umas filosofias baratas por aí. Mas eu preciso e muito. E essas férias, que no começo pareciam um prato cheio de tédio, ficaram mais divertidas. Encontrar minhas amigas pra ficar comentando cabelos, roupas, livros, filmes, o cachorro do outro lado da rua, o ex imbecil que não se manca...tudo isso sem frescuras. Afinal, estamso longe de sermos senhoras respeitáveis, do tipo que toma chazinho e fala baixinho. Somos um escândalo no melhor sentido da palavra. Pra mim, que fica se contendo corre sérios riscos de ser mais triste, mala e de morrer, chegar no céu e faalr pra~São Pedro: Putz! Eu podia ter feito diferente.
Tô aqui pra deixar um muito obrigada pras minhas amigas queridas, que não ficam se prendendo à pudores e falam bobagens sem medo.

E respondendo a um certo rapaz, eu sou uma dama, sim! De um tipo raro de dama, que não precisa fazer pose ou andar por aí com um meio sorriso no rosto. Pronto, falei.

Bjus da Bia