sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sonho de consumo

Quem é cinéfilo sabe: dói ver um grande filme sair numa edição tosca em dvd. A distribuidora Silver Screen está, na minha opinião, competindo com a USA Filmes nesse quesito. Erros de português na caixinha, legendas com vida própria( aparecem antes da hora ou simplesmente não aparecem)sem contar os extras pobrinhos.

Mas eu tenho que entrar no confessionário: eu gosto. É ótimo encontrar o filme que tu sempre quis ver em dvd por um preço bacana. A gente pena pra assistir? Pena, mas assiste.

Sei que meu aniversário é só no ano que vem e que o Natal não me reserva um Papai Noel muito farto. Mas uma olhada aqui pode inspirar.


Ninguém entende meus filmes. Dane-se, o importante é me dar o filme certo. Fica a dica.

*Esse post é uma homenagem ao meu amigo Beto, que diz que não existe coisa mais complicada do que comprar um presente para essa criatura que vos escreve.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vida cinéfila que me possui!

Como diz meu tio, "andemo bem locô"!!! Trabalhando, mudando de casa,enloquecendo. Tô bem feliz, confesso. Mas se meu anjinho da guarda resolvesse me presentear, eu estaria no Rio de Janeiro. E não iria a Copacabana. Nem ao Cristo. Meus destino seriam as salas participantes do Festival de Cinema do RJ.
Ia ser lindo! Não sei se meu coraçõazinho ia aguentar o tranco. O novo do Ang Lee ambientado em Woodstock, o novo do Almodóvar(mi corazon roto, por diós!) e do Haneke( que deve ser um soco na cara inesquecível) e Tarantino. Falando de guerra. Uhuuu! Me segura!
Quem tiver a chance de ir, não perca. Festivais de cinema são ótimos, a gente assiste coisas que, em outras situações, talvez nunca cruzariam o nosso caminho. Tá bom que tem aquele lado da perfumaria, um bando de artistas fazendo pose no tapete vermelho. Mas isso se releva. Pra um diretor, deve ser a parte mais chata.
Alimentar a cinefilia. Precido disso.
Garçom, me traz um Hitchcock bem passado com uma dose de Antonioni!

Bjus da Bia :)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Tchau, Patrick

Ontem eu falei de Footloose, toda animada, e hoje a vida me aparece com essa.
O câncer venceu Patrick Swayze, aos 57 anos. Não era um ator magnífico, mas tinha competência e muito animou minhas fugas da escola para ver Dirty Dancing na Sessão da tarde. Fica a minha pequena homenagem.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mestre


Ano que vem vai ter festa. Festa vermelha e cheia de significados. Cinéfilos do mundo inteiro vão comemorar o centenário do mestre Akira Kurosawa.
Tenho certeza que, se estivesse vivo, Kurosawa estaria filmando. Não digo na labuta, correndo pra lá e pra cá, mas sentadinho na sua cadeira, conduzinho a sua poesia visual. Afinal, ele já era um vovô quando fez Sonhos e renasceu para o mundo, graças aos seus fãs americanos Martin Scorcese e George Lucas.

Kurosawa foi o primeiro diretor japonês da minha estrada cinéfila. Chegou matando: assisti Kagemusha e Ran no mesmo dia. Pirei. Era lindo de ver, de escutar, a história era incrível. Eu tinha 16 anos e segurei na mão de Kurosawa que logo me levou para as obras de Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi e Takeshi Kitano. Bem-vinda, ao Oriente.

Cinema Oriental é, antes de tudo, para se apreciar com a alma. Os filmes de Kurosawa são a prova disso. Mesmo quando a violência é o foco, como em Rashomon, há sempre uma poesia rara e profunda. Por isso intriga, seduz e apaixona. Era um fã de John Ford e sua ação bem conduzida. Acreditava no cinema e fazia dos seus storyboards obras de arte. Único.

O Festival de Veneza deste ano iniciou as comemorações com a exibição dos principais filmes do diretor. E 2010 reserve várias homenagens e relançamentos. É esperar para apreciar.

Bjus da Bia, orientais.

DANCE, DANCE, DANCE!


Se tem uma coisa que eu gosto de fazer nessa vida é dançar. Diferente de muitas das minhas coleguinhas, fui eu que pedi pra minha mãe para começar a fazer balé. Confesso que não era o que ela esperava. Talvez ela me quisesse mais guerreira e menos delicada. E ela conseguiu.
Minha maior dificuldade no balé clássico sempre foi a concentração. Minha memória para os passos era boa, meu equilíbrio também. Mas sempre achei que aquela música clássica era pouco. Daí eu fui fazer jazz e fui um pouco mais feliz, mesmo sem conseguir largar as sapatilhas de ponta.
Foi nessa época que Footloose apareceu na minha vida. Não é o melhor filme do mundo, não mudou o mundo, mas me diverte horrores! Tá naquela lista de diversão de primeira. Sabe, filmes que divertem com coisas bobas, fazem bem para o dia, nos fazem cantar por aí mesmo que esteja chovendo e a gente não tenha guarda-chuva.
Kevin Bacon foi o meu John Travolta(mesmo que eu ameeee o Travolta loucamente!). O que a minha mãe viveu com Os Embalos de Sábado à noite, eu vivi com Footloose. É automático: toca a trilha eu eu danço. Se estever na rua, caminho no ritmo da música. Não resisto, é mais forte do que eu.

Mesmo que o destaque seja o mocinho, meu personagem preferido é o atrapalhado Willard, que cai como uma luva para o saudoso Chris Penn. Sem contar Sarah Jessica Parker jovenzinha e nada loira. :)

As fofocas cinematográficas informam que uma nova versão do filme vem aí, no embalo dos sucessos teen High School Musical e Camp Rock. Sinceramente? Prefiro Kevin Bacon com suas calças skinny e seu requebrado pop. Uhuuu!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Faca na cinta-liga!


Por que é tão difícil pra um homem entender que mulher não é uma coisa só? Todo mundo prova chiclete dois sabores, chocolate com mente, café com canela, enfim, misturas. Então por que não entendem que a gente é uma mistura? Cansei de tentar achar respostas, por isso, venho aqui, nesse meu canto, escrever o que parece fisíca quântica pra alguns:

Sim, eu consigo me maquiar e discutir música ao mesmo tempo (essa vai pro maluco do Bernando, que se cala quando eu pego o lápis de olho)
Sim, eu assisto filme de terror e dou risada na hora do sangue :)
Sim, eu consigo cozinhar e pensar num jeito de ajeitar meu cabelo
Sim, eu canto letras bobas e devoro a Bravo!
Sim, eu uso tiara no cabelo e camiseta preta velha
Sim, eu como chocolate e odeio alface
Sim, eu leio Jane Austen e Elmore Leonard
Sim, eu odeio prefiro os tiroteios aos romances nos filmes de faroeste
Sim, Bianca de França Zasso é uma menina de verdade. Real. Nada pré- determinado.

FACA NA CINTA-LIGA, MEU BEM! E não sou a única!

Mas, se vocês ainda preferem bonequinhas com ordem pra tudo, tem uma penca por aí. O Twitter que o diga!

Bjus da Bia, endiabrada com certas coisas :o

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dois homens e uma ilha


John Boorman sabe o que faz. Percebe-se isso em cada cena dos seus filmes, inclusive no fraco O exorcista 2- O herege. E hoje eu resolvi falar de um dos filmes de guerra que moram no meu coração que tem a direção deste querido americano.

Inferno no pacífico é um filme de guerra sem campo de batalha. Ou pelo menos sem um campo de batalha ao qual nossos olhos estão acostumados. Numa ilha do pacífico, um fuzileiro naval americano e um oficial da marinha japonesa se encontram...e a peleia começa. Poucos diálogos e muitos olhares frios e gestos hábeis. Dois homens lutando por água, um canto, se odiando mesmo distantes dos locais de conflito da Segunda Grande Guerra. No elenco, só dois nomes: Toshiro Mifune e Lee Marvin. Tá bom ou quer mais? Unir o rosto mais sádico do cinema americano com um dos preferidos do mestre Akira Kurosawa (antes da briga feia que os dois tiveram após o filme O barba ruiva)é uma escolha e tanto, que podia resultar numa guerra de egos. Mas o que vemos é um duelo de talento cercado de mar por todos os lados. Há equilíbrio, nenhum dos dois se sobresai, são como um único elemento. Ao longo da trama, isso se torna mais forte e o espectador se prepara para um dos finais mais tocantes do cinema de guerra.

Samuel Fuller já dizia que o cinema é um campo de batalha. Para John Boorman é lugar de tiros de talento.

Bjus da Bia

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ala Kazan


Esse ano os cinéfilos comemoram o centenário do diretor Elia Kazan. Taí um grego da pesada! Ele unia estilo único de direção com o apelo comercial típico de Hollywood. Fez filmes incríveis, apresentou James Dean ao mundo com Vidas Amargas, deu a Marlon Brando a melhor cena de sua carreira em Sindicato de Ladrões; foi num filme seu, Clamor do Sexo, que o primeiro beijo francês surgiu na tela. Até então, os romances só tinha beijinhos inocentes demais se comparados às juras de amor trocadas pelos protagonistas.
Sinto por Elia Kazan um sentimento semelhante ao que tenho por Jonh Wayne: ao mesmo tempo que admiro seu trabalho, sei dos seus defeitos e os abomino. Kazan foi dedo-duro na época da Caça as bruxas. Coisa feia. Devia ter ficado quieto. Mas ele já era bem grandinho e sabia o que fazia.
O mais estranho e´que não consigo deixar de rasgar seda para os seus filmes. Eles tem leveza e ao mesmo tempo são revolucionários; lidam com sentimentos sem nem um pingo de sentimentalismo barato. Enfim, fazem parte daquela leva de diretores talentosos e preocupados em chegar até o público. Ricos anos 50!!!

Fica a minha homenagem a este homem que podia ter ficado de boca fechada, mas sempre teve a cabeça aberta para criar bons filmes.

Bjus da Bia

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Equilíbrio


Tem coisas que a gente só enxerga se alguém mostrar. Repara na cena:

-Bia, como tu consegue?
-O que?
-Gostar de coisas tão diferentes. Olha aqui, ó! Filme de terror tosco e comédia romântica.
-Comédia romântica eu sou chata pra escolher. Sempre acho boba.
-Mas tem umas que tu gosta.
-Tem sim. Principalmente aquela com o Peter O'tolle. E aquela última da Scarlett eu achei bem divertida.
-Então, como tu consegue?

Nunca parei pra pensar nisso. Quando escolho um filme, a coisa é muito instintiva. Gosto de terror mesmo, e dos toscos. Mas também choro com Fellini, Antonioni sempre me faz pensar, John Ford me ensina que tenho muito que aprender antes de sair por aí dirigindo cavalos e homens que usam pistolas. Quanto a comédia romântica, acho que todo mundo tem seus dias frágeis, onde tudo que a gente quer é um final feliz que a sabemos quase nunca acontece na vida real e umas palavras doces. E inteligentes, se possível.
Acho que cinema é equilíbrio. E equilíbrio não precisa ter pressa ou convicções. Dá pra mudar e continuar firme na corda bamba. A tela grande não perde o foco se a gente ousar. Aliás, sempre desconfiei de quem responde a pergunta "o que tu curte em cinema" com frases de efeito do tipo "cinema europeu" ou "a nova safra de diretores argentinos". Pra mim, isso é muito vago. Tem muito filme europeu fuleiro e nem todo cineasta argentino é talentoso. Desculpe, mas essas respostas me soam pouco sinceras. Coisa de quem quer posar de cult. E isso é arg!
Eu gosto de cinema. E, dependendo do dia ou do estado de espírito, escolho meus filmes. E vejo com o coração e não simplesmente pra contar vantagem.

Bjus da Bia