quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Crer num outro amor


Genêro cinematográfico é uma coisa complicada. Pra certos filmes não existe definição. Fargo é um belo exemplo. Podia ter citado outro, mas esse clássico dos Coen foi o primeiro nome que me veio, já que o assisti novamente essa semana. Os diálogos são comédia, mas os assassinatos são de thriller. Sangue e gargalhadas. Isso é Fargo. Mas não é desse filme que eu quero falar. Nem desse gênero.

Há alguns dias atrás, assisti pela primeira vez Como roubar um milhão de dólares, filme que eu sonhava ver. Também pudera: juntar Peter O'Tolle( eu alimento um amor por ele desde pequena) e Audrey Hepburn(love, love) é pedir pra me agradar. E o filme vai além. Tem ótimos diálogos(amo diálogos,né?) e um roteiro enxuto,mas nada simplório. É elegante, tem charme. E mais: tem romance na medida certa. Esse "medida certa" que eu falo não tem nada a ver com a quantidade de beijos e declarações de amor. Tem a ver com olhares, diversão ao invés de pieguice, piadinhas afiadas ao invés de frases feitas, dessas que todo garoto besta usa pra impressionar. Como roubar um milhão de dólares tem um tipo de romance que anda em falta: aquele onde o bom-humor predomina. Afinal, amor não rima com humor à toa.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2008: entre lágrimas e gargalhadas


No fundo, eu nunca gostei do Natal. Sou que nem a minha mãe. Acho essa data melancólica demais, a gente pára pra pensar nas coisas que fez durante o ano, daí vem a culpa ou a saudade ou aquele clássico "porque eu não pensei nisso antes?".
Tá bom que nem tudo tá perdido: em os presentes, a ceia, a família reunida, muitas gargalhadas.Aliás, eu sou uma das que mais provoca essas gargalhadas, seja por um tombo ou por um comentário. Enfim, toda casa tem a sua palhacinha, e eu amo esse meu cargo.

2008...
Foi um ano dividido. O primeiro semestre foi confuso, mil coisas pra estudar, o projeto da monografia nascendo de um parto nada fácil. Também foi um período de muito choro. Algumas maáscaras que eu pensava que nunca existiram, caíram e me fizeram provocar um dilúvio. Não há coisa mais dolorida do que descobrir que seu amigo não é seu amigo e nunca fez questão de ser. Dói horrores. Não desejo pra ninguém. Foi um périodo onde eu tripliquei minha sensibilidade, fiz muita bobagem, me deixei levar demais. Errei muito. Cresci mais ainda.
Mas daí veio o segundo semestre e parece que emu anjinho da guarda pensou melhor: "vou dar uma chance pra essa guriazinha". E deu!! Ganhei de presente um sorriso que eu nunca vou esquecer. Dividi sonhos, encontrei a paz. Párece piegas mas é a real.
Por essas e por outras, quero agradecer cada pessoa responsável por me fazer feliz nesse ano que tá fazendo as malas pra ir embora. Mãe, pai, vó, vô, tio Luiz, Luiz Eduardo, Gabriela, Léo, Liane, Bine, Hedylaura, Flávia, Bebeto,Tio Sérgio, Cíndia, Rom,Mauren, Aninha, Clarissa,Marcelo, Ariana, John, Theo e Angelina:Vocês fizeram o meu ano valer a pena. Conhecer, conversar, dividir e aprender com vocês fizeram meu 2008 mais colorido.

Bjus da Bia

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Não gosto...e daí?

Eu quase tomei uma facada esse dias. Tudo porque um amigo meu ficou louco quando eu disse que não gostava do Radiohead. E eu não gosto mesmo! Odeio essa mania que algumas criaturas têm de achar que a gente não é normal se não gosta ou gosta de tal e tal coisa. Não curto Radiohead. Já escutei vários discos da banda, mas não quero repeteco. Não me toca, não me faz sorrir nem chorar. Tá lá e felicidade pra eles. Respeito, mas não curto.
Outro que não chega perto do meu som é o João Gilberto. Tenho amigos que acham genial, eu acho chatonildo de primeira grandeza. Tem a sua importância? Tem, sim senhor. Mas na minha sala ele não toca por nada. A não ser que eu esteja sádica e afim de me irritar. Não gosto.E pronto.
Engenheiros do Hawai. Tenho um vinil dele, mas é mero objeto decoratico. Não gosto. O Gessinger é uma simpatia, escreveu um livro infantil sobre o Grêmio que é lindo, mas eu não gosto da banda dele. Não vou atirar ovo quando eles passarem perto. Mas também não vou gritar nem catar papelzinho pra pedir autógrafo.

Temos a liberdade de gostar ou não de uma banda, de uma pessoa ou de seja lá o que for. Amigos queridos, me deixem levar a vida em paz e sem Radiohead na vitrola. Prometo nunca mais incomodar vocês. Contanto que não me venham com a história de que não gostam de Bob Dylan. Sinto informar, mas vocês são malucos. Alguém me empresta uma faca?

Bjus da Bia

Oblíqua, dissimulada e roqueira


Passei o dia contando as horas que falatavam para a estréia da microssérie Capitu, com direção do talentoso e ousado Luiz Fernando Carvalho. Esse cara já fez meu coração bater mais forte ao adaptar um dos meus livros preferidos para a tela grande, o tocante Lavoura Arcaica. Depois ele me fazia dormir mais tarde com o mágico Hoje é dia de Maria, talvez uma das coisas mais belas que a TV aberta já produziu.
E o primeiro capítulo já deixa claro que o diretor acertou a mão mais uma vez. Adaptar Machado de Assis(a única coisa boa que a escola me apresentou, diga-se de passagem) não é tarefa fácil. E Luiz Fernando escolheu o caminho menos óbvio: nada de adaptação literal e sim visceral. Os atores estão ótimos(Michel Melamed é um dos meus preferidos,adoro o cara faz tempo, meu ídolo, tudo de bom, exemplo de ator) e Letícia Persiles tem os olhos certos para o papel da Capitu jovem.Sem contar a tatuagem linda!!! E a trilha roqueira, então?! Black Sabbath e Beirute!!!! Quase infartei e sai cantando junto! Perfeita!

Fica a dica: assistam Capitu antes que a tv seja invadida pelos tenebrosos especias de fim de ano onde todo mundo sofre e fica feliz no final. Aff! Viva o lado bom da Tv Globo!

Machado de Assis é rock'n'roll. E isso a escola não ensina. Oh, mundo imperfeito!

Bjus da Bia, que sonhou a adolescência inteira em ter olhos oblíquos e dissimulados.