terça-feira, 1 de junho de 2010

Um dia, talvez dois

Sabe quando as coisas passam rápido demais? Pois é, muita coisa aconteceu de domingo até hoje.E a impressão que eu tive é de que capturei apenas alguns momentos e que eles tomaram conta da minha cabeça por mais tempo do que deveriam. O pior foi que interromperam meus estudos, pois a concentração foi pelos ares.
Primeiro foi Dennis Hopper pregando uma peça nos amantes do cinema. Precisava ir tão cedo? Tudo bem, ele não era nenhum garoto, mas tinha tudo pra conseguir grandes papéis, daqueles que só a maturidade nos proporciona. Foi o primeiro grande rebelde do cinema, o autêntico anti-herói. Quem assiste Coração Louco, por exemplo, percebe que tudo começou com Hopper e permaneceu com ele. Os malucões que vieram na sequência não passam de cópia barata, onde a embalagem esconde um conteúdo materialista e conservador. Vai fazer uma falta danada e ao mesmo tempo vai durar para sempre. O cinema tem esse poder.


Ontem eu levantei cedo e peguei aquele recorte de revista envelhecido. Uma reportagem da revista Cláudia sobre o lançamento de As Pontes de Madison. Na época, Clint Eastwood, o meu tio Clint tinha 65 anos e fazia a mulherada suspirar nos cinemas. Uma sensibilidade que nenhuma diretora, por mais feminina que fosse, conseguiria. Fez o mais romântico de todos os filmes, na minha humilde opinião. Dei um beijo na foto e desejei parabéns. Agora ele é um octagenário. O mais sexy deles, eu tenho certeza. Isso sem contar a competência ( ele nunca estoura orçamentos!) e o bom gosto para escolher roteiros. Enfim, apaixonante.

Depois chegou a noite e o programa Roda Viva me presentei com uma entrevista com a deusa Fanny Ardant. Ela está em São Paulo para divulgar seu primeiro trabalho como diretora, o curta Chimères absentes. Aos 61 anos, ela esbanja uma inteligência e um charme que só as francesas têm e que talvez as brasileiras nunca alcancem. Além da liberdade, da fala mansa, da emoção nada contida ao falar dos homens de sua vida (entre eles está Truffaut!)ela encantou os entrevistadores e mostrou que envelhecer não tem nada a ver com ficar em casa cuidando dos netos. Como ela mesmo diz, faz com orgulha a apologia da desordem. Amém, Fanny!!!

Um comentário:

On Sale! disse...

Vc vai estranhar esse comentario num post antigo, mas estou lendo todo seu blog...tb acho As pontes de Madison o filme mais romantico ever, já várias vezes e toda vez eu chorou rios...outro que tb é muito romantico e triste é Brokeback Mountain, uma pena que Heath Ledger já se foi.
Estou adorando seu blog.