sexta-feira, 18 de junho de 2010

Antes que a gente se perca por aí


Nostalgia faz coisas que até Deus duvida. Lembram de um post que eu fiz sobre adolescência, rasgando o verbo contra essa fase da vida tão lembrada e discutida? pois é, hoje me peguei sentindo saudade dos meus 15 anos. Tudo culpa da diretora gaúcha Ana Luiza Azevedo e o seu agridoce Antes que o mundo acabe. Ao contrário de outro filme que retrata a adolescência, As melhores coisas do mundo, de Laís Bodanzky, o filme de Ana mostra adolescentes normais vivendo situações normais, sem aquela coisa forçada de gírias e atitudes tolas, tudo isso ambientado numa cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul. Cenário esse que me lembrou muito a minha juventude(!!), principalmente as cenas de passeios de bicicletas e as ambientadas na beira do rio Caí. A cena dos três protagonistas sentados numa pinguela já foi vivida por mim há 8 anos, na tão tão distante Faxinal do Soturno.
Ser adolescente já é brabo, mas ser adolescente no fim do mundo é pior ainda. Todo mundo se conhece e por isso muitos se acham no direito de se meter na tua vida. Isso sem contar a distância do mundo, das coisas que tu sonha, sejam elas uma escola melhor ou um filme pra assistir. Mas tem lá o seu lado bom. Numa selva de pedra é quase impossível imaginar três adolescentes enchendo a cara na torre da igreja. E isso tá lá no filme. E na minha biografia também, diga-se de passagem.
Antes que o mundo acabe é daqueles filmes pra se preservar na memória e na estante pra que a gente não esqueça que, mesmo que tenha sido aos trancos e barrancos, ser adolescente é o primeiro passo pra descobrir que tipo de adultos queremos ser.

Um comentário:

James Pizarro disse...

A coisa que mais sinto falta da minha adolescência é dos bailecos, chamados "reuniões dançantes" que ocorriam todo santo domingo,das 16 h às 21h, no salão do Clube Comercial, à praça Saldanha Marinho,em S. Maria. E mui principalmente na hora que acendiam apenas as luzes vermelhas...Meu Deus do céu ! Hora de se encostar o rosto e levemente deixar-se unir pelo tórax. Olho no olho, coração acelerado, mãos úmidas. E uma sensação de paixão que jamais conseguiríamos reproduzir mais tarde. Essa é a lembrança mais feérica...
Porque a gente estava inaugurando a libido, lidando pela primeira vez com toneladas de hormônios e a sensação do proibido era algo...divinal !

beijo

James Pizarro