sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fala, garota!


Sabe o Burro, amigo do Shrek? O que aparece aí em cima? Pela alma do Bussunda, eu falo tanto ou mais do que ele. Qunado era pequena e via ( e ouvia) minha mãe conversar com outras mães, a frase era sempre a mesma: "minha filha fala sem parar". Sei bem desse meu "poder" de deixar qualquer um tonto com minha tagarelice. E justamesnte por conhecer bem essa característica da minha personalidade que tomei um baita susto quando me dei conta de que estava falando cada vez menos.
Sempre falei com tudo: na infância com as Barbies, na adolescência cantava junto com minha banda preferida e pedia bis, com as amigas eu passava meia hora ouvindo as queixas e uma e meia explicando com detalhes o que eu julgava ser a solução. Sou filha única e essa coisa de falar semnpre fez parte dos meus momentos de solidão, já que não havia nenhum irmão por perto pra bater papo ou gritar "manhê, olha ele!". Nessas horas eu conversava com os cadernos que caiam no chão, com o dever de casa que eu não conseguia entender.
Eu não sei se é velhice ou neurônios brotando, mas tô cada dia mais quieta e isso já está sendo notado pelos que me cercam. Os vários dias que meu pai passou no hospital me obrigaram a passar tardes com livros e ouvindo música no Ipod sem muitos comentários, pois corria o risco de passar por doida e ganhar um leito só pra mim.
Pra culminar essa fase de surpresa com o meu cala boca, o tema de um dos meus programas preferidos do Canal Futura, o Minha vida é a minha cara, era Falo muito/Falo pouco. Depoimentos de Xico Sá, Nina Lemos (adoroooooo!) e mais alguns tímidos e faladores convictos. O mais louco? Todos os com fama de faladores se dizem tímidos. E isso é a mais pura verdade! O que me faz colocar os músculos da face pra funcionar é a timidez, aquele medo de ser pega por uma pergunta indiscreta e ficar vermelha feito tomate ou então não saber o que dizer e ter vontade de se esconder. E falar, falar, me ensinou a ter raciocínio rápido e sempre uma piada na ponta da língua. Que quase nunca é boa, mas quebra o galho.
Depois do susto, do programa e dos comentários dos amigos, cheguei a conclusão que o silêncio sempre fez parte de mim, eu é que não notava. Minha desconfiança nunca me deixou soltar o verbo assim logo de primeira. Já com os meus amigos das antigas, eu permito um Cala a Boca, Bia! Sei que é por amor. E para o bem dos ouvidos alheios.

Bjus da Bia, falantes

Um comentário:

James Pizarro disse...

É preferi se arrepender de ter falando muito do que se arrepender de ter ficado calado...sempre foi meu lema !
Claro, todos nós temos nossos momentos de perplexidade, onde o silêncio se impõe ao natural.

Beijo

James Pizarro