terça-feira, 6 de julho de 2010

Arte agridoce



Confesso que demorei um bom tempo pra conseguir assumir pra mim mesma que sou romântica. Pra ser bem sincera, foi na semana passada. E segui tudo a risca: fiquei alguns minutos antes de dormir (insônia me ama com tadas as forças!) pensando em tudo que eu acho legal e nem tão legal quando o assunto é relacionamento e acabei tendo que aceitar: sou romântica, pô! Um romantismo meio estranho, mas um romantismo. E como ninguém é de ferro e eu tinha uma matéria compplicada pra fazer no dia seguinte (depois comento melhor) resolvi re-assistir dois filmes que falam de amor de uma forma única.
O primeiro da noite, Amantes, de James Gray, narra a vida dividida de Leonard ( um Joaquin Phoenix excelente!). Ainda abalado com a morte da esposa, ele se vê apaixonado por duas mulheres completamente diferentes. Uma é previsível, amorosa e disposta a dividir a vida com ele, com direito a aliança no dedo e cerimônia pomposa. A outra (a incrível Gwyneth Platrow) é temperamental, movida pelo desejo e está mais interessada em fugir do que em casar. Tudo isso resulta num filme complicado como qualquer relação e com um final nem um pouco indicado para quem ainda acredita que o "felizes para sempre" é obrigatório. Não é triste, mas deixa um clima estranho no ar. Como se faltasse um pedaço.



A outra produção é a aclamada 500 dias com ela, do craque em videoclipes Marc Webb. Na sua primeira experiência com cinema, Webb conduz muito bem uma trama que consegue ser pop e fugir completamente daquele clichê onde o casal principal se desdobra nos conflitos de um namoro e depois acaba ficando junto e feliz. 90% das comédias românticas são assim. Os outros 10% tem final trágico daqueles que o cinema prestaria um serviço se distribuisse lenços na saída. O mocinho é um sonhador e a mocinha não quer nada sério. E nenhum dos dois está certo. Nem completamente errado. É como diz o cartaz de divulgação: 500 dias com ela é um filme sobre o amor. E abre nossos olhos pra vida de verdade, onde as coisas acontecem do jeito que a gente menos espera, onde os imprevistos se tornam inesquecíveis e o final que a gente sonhou nunca acontece. Ainda bem.

Enfim, precisei de apenas 2 filmes pra concluir meu romantismo. Continuo com um medo danado de relacionamentos sérios mas sonho em poder dividir gargalhadas com alguém. Talvez nesse ritmo eu arranje um namorado. Ou escreva um bom roteiro, o que já tá bão demais! Mas o maior aprendizado da noite foi o de que amar é uma arte agridoce.
Bjus da Bia

Um comentário:

de mau humor disse...

E como a gente está mal acostumado com comédias românticas que não terminam com felizes para sempre. Eu me desesperei com o 500 dias com ela. Porque eu realmente queria o clichê, eu queria que eles terminassem juntos. Eu fiquei com raiva dela, eu não a entendi. Mas o filme é ótimo, justamente porque contraria tudo que a gente espera.