terça-feira, 13 de abril de 2010

"Faxineia"


Não sou neurótica por limpeza mas adoro uma faxina. É uma e duas e lá estou eu colocando em uma nova ordem os livros da estante ou os bonequinhos que enfeitam a mesinha ao lado da escrivaninha. Tiro o Shreck de lugar, troco pelo Seu Madruga e no fim do dia nenhum dos dois está lá, mas sim em outro canto. Gosto dessas mudanças desde pequena. Sempre pedia para minha mãe ajudar a mudar a cama de lugar. Não consigo me sentir plenamente bem dormindo sempre do mesmo lado, do mesmo jeito. Algumas coisas permanecem intactas, como o cobertor psicodélico que ganhei no início da faculdade e que acompanhou as madrugadas frias de leituras no sofá da sala. Ele continua lá, na cabeceira da cama, dobradinho esperando o santo inverno chegar.
Essas faxinas são terapêuticas. Não sou médica nem garanto resultados, mas comigo funciona. Minha última "limpeza" resultou em muitos livros e roupas doados. Mas logo livros? Sim, eles perdem o significado. Por isso, devem ser passados adiante. Alguém pode precisar deles. Meus Kerouac foram para a biblioteca da escola onde estudei. Tentei relê-los, mas eles perderam a graça. Não provocaram nenhuma sensação parecida com a da primeira leitura. Quando a gente é jovem, se emociona fácil. Mas O apanhador no campo de centeio continua lá, firme e forte. E um tanto quanto amarelado também. Pra mim, sempre será necessário uma olhadela naquelas páginas. Assim como os do Jack London e da Jane Austen. Eles ainda me fazem sorrir e chorar e acreditar. Por isso, merecem permanecer. Já as roupas é por uma questão de maturidade mesmo. Não preciso de tantas blusas e nos últimso tempos tenho pensado mil vezes antes de comprar uma peça. Vai ver descobri o realmente gosto de vestir.
Me sinto mais leve, mas feliz. Tem horas que tu descobre que não tem porque guardar aquele jornal velho com uma reportagem que não significa mais nada pra ti. Ele pode servir muito mais para os cachorros. Aliás, preciso criar um post para pessoas que, assim como eu, são apaixonadas por caninos. Descobri isso "faxiniando" minha lista de pautas para este lugarzinho.
Então vamos lá. Faz de conta que a infância não acabou e coloca as Paquitas pra tocar: "...velho vira novo, basta um pouquinho de água e sabão!".
Bjus da Bia

Um comentário:

Julio Marin disse...

Bia... com este texto, to morrendo de saudades de te tocar... te sentir teu cheiro (não maliciosamente, neh!); sabes como eu gosto de contato. Outra, estou louquinho pra ver essa nova fase dessa Bia sempre em Metamorfose, digamos que somos uma turma campeã nesse quesito.

Agora a faxina, também pode ser a busca pela organização da sua vida, das suas estratégias de sobrevivência. No meu caso pelo menos, e tenho que acrescentar, que é um dos momentos mais introspectivos. Fico calado!!! Imagine eu sem: tacata.... tacata... tacata.. tacata... huhu

Beijocasssss