segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A escola e o cinema


Meu amigão-cinéfilo Vinícius Dias me deu um dos meus melhores presentes de formatura (ao lado do livro sobre John Ford que ganhei do Mestre Bebs e do vinil de trilhas de faroeste que ganhei do meu super-primo Iuri): o livro O clube do filme, de David Gilmour.
Antes que perguntem, não é o Gilmour do Pink Floyd e sim o Gilmour crítico de cinema canadense. O livro conta a experiência vivida por ele e seu filho Jesse. O negócio é o seguinte: Jesse larga a escola, porém terá que assistir junto com seu pai a três filmes por semana. Genial, não?!

Eu sempre odiei a escola. Não tenho vergonha disso. Ir para a aula era um verdadeiro martírio. Por mim, eu ficaria em casa lendo os livros que me dessem na telha e vendo filmes aos montes. E com o consentimento da minha mãe, que fique claro. Diferente de David Gilmour, minha mãe não teve a brilhante idéia de colocar essa coisa de Clube do filme em prática. Ela preferiu me guiar, dizendo que a escola era uma fase pela qual eu teria que passar. Afinal, se eu queria ser jornalista de verdade, teria que terminar o ensino básico primeiro, né?

E pra quem vai vir com aquele papo "onde já se viu tirar um guri da escola pra ver filme", eu já aviso: Jesse voltou aos bancos escolares por conta própria, fez um curta e estão em processo de pré-produção de seu primero longa. Reparem na fala do rapaz:

Antes eu escrevia uns poemas e letras de hip-hop, e foi o Clube do Filme que despertou meu interesse pelo cinema. O hip-hop é uma arte moribunda, vai desaparecer em breve. Mas o cinema vai viver para sempre.

Bravo!!

O livro tem uma linguagem ótima, sem contar a inúmeras citações de filmes. Sem contar o diálogo franco entre pai e filho sobre vida, garotas, drogas e, claro, cinema. É daquelas histórias que quando a última página chega, a gente sente vontade de voltar pra primeira.
E faz pensar. Quando os filhos nascerem, terei de ler outra vez. Se a tal genética existe, eles também vão odiar a escola.

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