terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Leite de cabra em tempos de guerra


Guerra é coisa pra macho. Tá bom, até acredito nessa máxima, mas não há como negar que um dos melhores filmes sobre os conflitos no Iraque foi dirigido por uma mulher que entende de imagem, sangue e violência. Katryn Bigelow caprichou no seu Guerra ao terror e entrou pra história da Academia como a primeira mulher a levar um Oscar de melhor direção. Mas a guerra não está presente só na prateleira de drama e aventura. Tirar sarro também está valendo.
Os homens que encaravam cabras não é um filme comum. Os pseudo-intelectuais não devem esperar reflexões filosóficas e os malucos por imagens grandiosas vão sair decepcionados. O longa de Grant Heslov não está nem aí pro Iraque. E para os americanos...bom, estão menos ainda.
Um exército "alternativo" é formado dentro das forças armadas americanas e destina-se a treinar poderes paranormais dos soldados visando com isso ajudar nas investigações. Entre os poderes dos rapazes está fazer o coração de uma cabra parar só com a força do pensamento e o olhar fixo no bichinho. Bizarro? Na mão de Heslov virou humor negro de primeira. Contada sobre o ponto de vista do jornalista Bob Wilton (um inspirado Ewan McGregor), o filme ainda tem no elenco George Clooney mostrando seu talento para a comédia e Jeff Bridges na pele de Bill Django. Isso mesmo, Django, numa clara referência ao misterioso cowboy que vagava pelo oeste arrastando um caixão com algo bem vivo dentro.
Sim, guerra é coisa pra macho. Mas tirar leite de pedra é do cotidiano da mulher, fazendo ela cinema ou não. Enquanto nenhuma integrante do bando das calcinhas se habilita a rir das babaquices que geram os conflitos, nos contentamos com leite de cabra. Com açúcar e ácido. Assistam e entendam.

Mééé!

Bjus da Bia

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