quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Soco na cara


Caso você assista pela primeira vez ao filme Réquiem para um sonho num dia gelado de inverno, vai o recado: não se admire se você suar. Ah, você pode sentir alguns arrepios também. Isso porque a película dirigida por Darren Aronofsky é um soco na cara.
Ao acompanhar a realidade de 4 pessoas diferentes mas que têm em comum a busca da realização de um desejo, Aronofsky cria imagens que tiram a gente de órbita. Fortes, alucinantes, quentes, rápidas. Não há conforto. E quem vai querer ver isso, muitos se perguntam. Vejam, meninos. É um mal necessário. Estamos acostumados a sofrer na sala de exibição, mas sabemos que no final, por mais que haja perdas e caminhos confusos, teremos paz. Mesmo que seja aquela paz sofrida, parecida com a que a gente sente quando toma um remédio pra dor forte. Aliás, há muitos remédios no filme. Das anfetaminas da mãe do protagonista (interpretada pela sensasional Ellen Burstyn)ao "bagulho de primeira" que enche os bolsos e as ideias de Jared Leto, Marlon Wayans e Jennifer Connelly, cada um em melhor forma do que o outro. Há uma realidade nos olhos dos atores que perturba. Eles nos avisam em cada cena que não há redenção e que a decisão que tomaram é problema deles. Só nos resta observar o que restou. Quatro pessoas encolhidas, talvez sabendo a idiotice que fizeram com suas vidas, ou apenas esperando pela próxima dose.
Repito: Réquiem para um sonho é um soco na cara. Forte, de deixar marca. Achei que nunca ia conseguir assistir mais de uma vez. Mas o desassossego existe pra ser sentido.



Bjus da Bia

2 comentários:

James Pizarro disse...

Anotei o título para quando passar numa das 7 salas do Cinemark, no xópis Floripa onde eu vou toda semana.

Beijo
James Bond+

Anônimo disse...

Réquiem para um sonho mostrou que é possível sim fazer um filme sério gravando algumas cenas com uma edição frenética e rápida.

Filme muito bom!!!