segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A paixão e o escândalo


Odeio que me chamem de escandalosa. Já mereci o título, confesso, mas há tempos que estou mudada...Desculpe, acho que exagerei; não faz tanto tempo assim, mas o importante é que eu percebi a mudança. Ela me fez um bem danado. Hoje posso me orgulhar de ser tranquila sem ser tapada e passional sem precisar de escândalo. Essa última talvez seja minha condição favorita. Vamos lá com uma historinha!

Houve um tempo em que eu não entendia quem passava pela vida sem gritos. Sempre falei alto e me odeio por isso. Mas, como já disse, tenho mudado. Ser "goeluda" é mal de família, o pior gene que eu podia ter herdado. Ah, se a gente pudesse escolher o sangue que corre em nossas veias! Bom, mas no tempo que eu me lixava para essa característica do meu ser, ficava de queixo caído com quem não chorava em velório, em filme triste e até em final de seriado. Pra mim, meia dúzia de lágrimas não satisfazia, tinha que ser daqueles espetáculos dignos de serem patrocinados por marca de lenços de papel. Chorar, soluçar, sofrer: meus verbos preferidos nos tempos de escândalo.

Hoje, prefiro a paixão.

Ué, mas a paixão não é esse desassossego todo, um sentimento louco que tira a gente do sério? Não. Pelo menos não no lado de fora. Aprendi que ser passional é algo íntimo, um sentimento tão forte que é bom que só a gente saiba que exista. E, é claro, demonstre-o em gestos sutis.
É bem provável que este texto tenha surgido movido pelo momento. Duas grandes amigas minhas estão grávidas e eu estou com o relógio biológico apitando na hora errada. Por mais que o corpo diga, não sei se estou pronta para ser mãe ou se algum dia vou estar, apesar do desejo existir e ser forte e eu já ter aprendido a trocar fralda e fazer mamadeira. Ah, e a falar baixinho. Shhhhhhh!

Bjus da Bia

Nenhum comentário: