quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ousadia


Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.
(Clarice Lispector, no livro Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres)

Sempre tive dificuldades na escola, mesmo nas matérias que gostava como português e literatura. Levava tempo para aprender quem era do Romantismo e quais eram os temas mais comuns da poesia barroca. Estava mais interessada no que aquelas benditas linhas e versos iam me tocar. Era uma boa aluna até, mas sempre na contramão. Eu nunca estava lendo os livros que as professoras mandava porque eu já tinha lido antes ou estava no aguarda para ler depois que a maré baixasse. Escolhia os livros na biblioteca (que era de longe o meu canto preferido, só perdendo pro buraco na cerca usado nas fugas na hora do recreio) pelo impacto que me causava e não pelo prêmio Pulitzer informado na contracapa. E assim eu sou nas outras coisas também.
Não pensem que é fácil ou que sou assim pra bancar a do contra. Eu nasci assim, rebeldia tá no sangue, não é frescura de juventude. Eu fui uma criança que brincava com coisa séria, falava demais, assistia tv e quando não entendia perguntava até entender e quando não entendia gastava neurônio tentando entender. Hehe. Olhando assim parece maluquice, mas é realidade. Só consigo dizer isso hoje porque me entendi um pouco mais. Tái uma matéria muito mais difícil: se conhecer. Talvez a gente passe o resto da vida tentando passar. Mas não custa nada repetir de ano em alguns aspectos.

Toda essa balela pra tentar explicar pros bobinhos dos meus amigos porque eu tatuei Ousadia no pulso. Elementar, meu caro Watson: Ousar é o verbo que me rege.

Bjus ousados da Bia

Um comentário:

Libriana Voadora disse...

É assim que tem que ser!! Tatuou a palavra certa!! Bjsss