quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mais sangue, por favor!


Não é o futebol. A verdadeira caixinha de surpresas da vida é a mesa de bar. É nesse lugar agradável, ou nem tanto, que as pessoas se revelam e você acaba descobrindo que as aparências enganam. Ou melhor, que cada um escolhe uma "cara" para aparecer por aí. Prova disso eu tive quando vi um cara fortão, marrento, daqueles que chegam até na igreja em posição de ataque. Ele tinha até um tic nervoso que deixava sua cara em eterna raiva mesmo durante uma boa piada. Pois foi esse cara que, ao meu ver, devia saber todos os Duro de Matar de cor e salteado, me sai com essa:
- Filmes violentos deviam ser proibidos, são péssima influência. Eu não vou sair de casa pra ver alguém morrer. A gente liga a TV e só tem morte, morte. É preciso um pouco de distração.
Vamos por partes, como diria o Jack. Concordo que o cinema é a mais bela fábrica de ilusões e que é uma delícia sair do cinema leva, com a sensação de que a vida é bela e nem tudo está perdido. Também acho que a violência da realidade já é gigante. Mas não acredito que um filme possa ser influente nesse ponto. O caso da tragédia na escola Tasso da Silveira, no bairro de Realengo no Rio de Janeiro está em todos os jornais e muitos são os que põe a culpa da violência do assassino Wellington Menezes na internet. Isso mesmo. Muita gente tem dado uma importância gigante para o fato dele passar horas na internet e no video-game como o ponto de partida para a execução de seu plano de "vingança". Lembra muito o caso de um jovem de classe média que entrou atirando dentro de um cinema durante uma sessão do filme Clube da Luta, de David Fincher. Muita gente colocou a culpa no filme.
Meus caros, assisto filme violento desde que me entendo por gente e jamais teria coragem de sair matando por aí, mesmo em momentos de raiva extrema. O culpado não é a internet e muito menos o filme. Os motivos que levaram esses dois meninos a cometerem seus crimes vem de muito antes. Não vai ser uma obra de ficção a responsável.
Os filmes violentos existem para que a gente exercite nosso lado feio, sujo e malvado. E não venham com alma pura, que todo mundo tem um lado assim. Seja raiva do mosquito que não te deixa dormir até o chefe que pensa que sabe tudo e não te deixa trabalhar. Como não temos coragem e nem sangue frio para sair matando por aí, vamos ao cinema ou lemos um livro que faça por nós, que alivie nossa tensão. Ver o sangue na tela traz uma espécie de alívio. Proibir jogos ou filmes violentos não adianta nada. A melhor saída é conversar e entender quem está do outro lado da tela. Afinal, são eles que escolhem apertar ou não o gatilho.

Bjus da Bia

Um comentário:

Márcia Pilar disse...

Bueno, eu sou meio confusa pra responder sobre isso. Gosto de sangue [muito sangue] no filmes. Mas sou meio 'assim-assim' em relação à violência.
Eu amo o senso de violência do Tarantino. Ele mostra que ela existe, e faz isso muito bem. Aponta ela escancarada, mas sempre há um motivo para que aquilo aconteça. É mais loucura criativa do que maldade.
Cenas de violência nos filmes que são bem mostradas, ótimo. Já filmes de terror [que só mostram pedaços de carne e gente morta do nada] ou os filmes de violência psicológica, quero não.
hahahah.

bjo's minha guria :*