
Desde pequena escuto minha mãe dizer que eu tenho um coração grande. Deve ser por isso que quando eu penso que não cabe mais ninguém lá dentro, chega mais um. E chega pra ficar. E não são só pessoas, não. É coisa, lugar, pedaço de coisa, fotos, barulhos, canções, olhares, palavras, um doideira de meu Deus! E no meio deles, talvez lá na categoria Coisas, está o jornalismo. No dia 1° de agosto é a minha formatura. Eu devia estar soltando foguetes e dando cambalhotas no meio da avenida, mas me satisfaço ficando em casa, lendo uma pá de livros e artigos, em busca da monografia perfeita. Tá, perfeita não será, mas será minha, feito uma filha, a primeira da penca que durante a infância eu sonhava ter. E daí vem alguém e, nessa altura do campeonato humano, me solta essa: por que tu escolheu o jornalismo? Jesus, eu podia ficar sem essa.
Parece maluquice, mas levei um tempão pra responder e ainda assim respondi errado. Disse que era porque eu gostava muito de escrever. Não menti, mas essa não é a verdade inteira. O jornalismo caiu na minha vida de um jeito diferente, eu cresci dizendo pra mãe que queria ser bailarina. Dizia isso com um papel e uma caneta na mão. Criava histórias durante as férias e quando as aulas recomeçavam, eu me via perdida, tendo que abandonar aquela gente bacana que me fazia companhia. Senm contar que durante as aulas de matemática, eu sempre pensava o que teria acontecido à Amélia, uma das personagens que eu criei e para qual nunca dei um fim. Aliás, será que a Amélia ainda lembra de mim?
Eu poderia usar a minha já conhecida auto-ironia e dizer que o jornalismo me escolheu. Logo depois, uma boa gargalhada. Mas depois de umas horas pensando nessa tão pequena e complicada pergunta, acho que achei a resposta certa. Eu escolhi o jornalismo porque gosto de gente. As de carne e osso e as de papel.
3 comentários:
Escrever é vício, né?
Não é à toa que, mesmo depois de escrevermos aquilo que PRECISAMOS escrever, chegamos em casa e escrevemos mais, aquilo que QUEREMOS escrever.
Eu amo muito tudo isso!
Hehehehehe
Beijinhos
Escrever é um vício e uma doença...é uma coisa tão patológica que se não pagassem a gente, a gente escreveria de graça mesmo. É que nem dar aula. É uma atividade movida à paixão.
E como os donos do dinheiro e os patrões sabem disso, exploram a gente.
Beijo
James Bond+
perguntinha safada mesmo!
hehehe
ora "por que?", tu nao perguntou pra pessoa por que ela decidiu ser o que ela é hoje?? hahaha eu já lascava essa :P
biaaaa, só tres meses?
te desejo mto sucesso, tu sabe! :)
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