segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mestre


Ano que vem vai ter festa. Festa vermelha e cheia de significados. Cinéfilos do mundo inteiro vão comemorar o centenário do mestre Akira Kurosawa.
Tenho certeza que, se estivesse vivo, Kurosawa estaria filmando. Não digo na labuta, correndo pra lá e pra cá, mas sentadinho na sua cadeira, conduzinho a sua poesia visual. Afinal, ele já era um vovô quando fez Sonhos e renasceu para o mundo, graças aos seus fãs americanos Martin Scorcese e George Lucas.

Kurosawa foi o primeiro diretor japonês da minha estrada cinéfila. Chegou matando: assisti Kagemusha e Ran no mesmo dia. Pirei. Era lindo de ver, de escutar, a história era incrível. Eu tinha 16 anos e segurei na mão de Kurosawa que logo me levou para as obras de Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi e Takeshi Kitano. Bem-vinda, ao Oriente.

Cinema Oriental é, antes de tudo, para se apreciar com a alma. Os filmes de Kurosawa são a prova disso. Mesmo quando a violência é o foco, como em Rashomon, há sempre uma poesia rara e profunda. Por isso intriga, seduz e apaixona. Era um fã de John Ford e sua ação bem conduzida. Acreditava no cinema e fazia dos seus storyboards obras de arte. Único.

O Festival de Veneza deste ano iniciou as comemorações com a exibição dos principais filmes do diretor. E 2010 reserve várias homenagens e relançamentos. É esperar para apreciar.

Bjus da Bia, orientais.

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