sábado, 14 de maio de 2011

Aprendizagem


Aprender a ler, escrever, contar. Já passei por todos estes verbos na vida. Agora chegou a hora de aprender o verbo gostar. E quer melhor professor que David Lynch? Calma, eu explico.
Não, ainda não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e travar uma longa conversa sobre sonhos, filmes e afins. Isso porque, até bem pouco tempo atrás, eu não o suportava. David Lynch era, para mim, um chato de galochas e orelhas cortadas. Assiti Veludo Azul aos 12 anos, a tradicional idade da bobeira, não entendi lhufas e decretei o fim da minha relação com Lynch naquele dia mesmo. Minha rebeldia falou mais alto e eu tachei o rapaz de velho gagá. Anos depois, o arrependimento bateu numa madrugada gelada, onde Veludo Azul surgiu novamente diante dos meus olhos graças à TV a cabo. Chorei feito criança e o arrependimento deu lugar aquela humildade típica dos apaixonados arrependidos. Sabe aqueles roamnces onde a mocinha passa a trama inteira brigando com o mocinho pra, quase no final, se dar conta que não pode viver sem ele? É piegas, mas define bem minha história com David Lynch. Um brigaçada que acabou numa paixão louca graças a Coração Selvagem. Nicolas Cage cantava Love Me e eu me rendia: Lynch, I love you. A atmosfera de sonho, o sentimento sendo descrito na tela da maneira doida como só os sonhos conseguem, o mal-estar necessário em algumas cenas, o romantismo anos 50...enfim, uma apaixonada listando os dotes de seu amor.

Lynch agora ocupa um lugar especial no meu coração. Lugar selvagem, diga-se de passagem.

Bjus da Bia

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