segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Um teto para dois

Cansou. Já havia escrito mais de 12 páginas sem parar. Os dedos não estavam mais respondendo e a cabeça menos ainda. Chega por hoje. Precisava de um banho e uma xícara de café bem quente. Ao se afastar da escrivaninha, deu de cara com a cena: ele fazendo toda aquela pose, se mexendo sem parar na cadeira, rabiscando e rasgando folhas e mais folhas. Quem vê de fora pensa que é um gênio criando. Mas ela sabia: não passava de um babaca interpretando. Mal, por sinal.
Era péssimo escritor. Versos de quinta categoria. Bizarros, no pior sentido da palavra. Histórias pobres e previsíveis sobre homens que traem sem parar suas mulheres. Na verdade, quem sempre foi corno foi ele. A última esposa trocou ele por um fazendeiro rico de Santiago. "Vai ser um sucesso, tá perfeito", ele resmungava baixinho. Coitado. Acha que tem futuro e adora dizer que os versos dela são fracos e simples demais. Ela não escutava mais. Sabia que se ele odiava, era porque tinha tudo pra agradar.
Onde será que ela estava com a cabeça quando topou a parada de morar com ele? O papo furado daquela noite não enganaria nem a mais besta das criaturas femininas. Ela sabia. Mas precisava de um teto e alguém que tivesse canetas e papéis de sobra.

Bjus da Bia

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola...adorei seu blog!!
primeira vez por aqui..
E vualá!! Uma chará *---* rsrs
Adorei seu blog ^^
E por incrivel quando li seu texto relacionei ele com um 'amigo' meu..
=P

Bjos!!

TatiPy disse...

Hummm...
Tô pensando seriamente em passar o próximo capítulo de nosso best seller pra você....

Tá, tem a monografia.
Mas estou certa de que você escreveria o capítulo mais rápido do que eu... kkk

Beijos!