sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ventos do Oriente


Com o calorão que anda fazendo nesta minha terrinha natal, eu me pego a pensar na vida de um jeito confuso. Odeio verão e esse clima quente me confunde os neurônios. Mas uma coisa é certa: tenho me apaixonado a cada dia quente pelo cinema oriental. Resovi amenizar os litros de suor que esse mundo me concede com muito Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi, Wong Kar-Wai, Kim Kiduk e outros. Assumi o que a muito sentia: o Oriente me seduz.
Mas foi com um elenco americano que meu o lado do meu coração que tem olhinhos puxados ficou radiante. Um Beijo Roubado, de Kar-Wai tem Norah Jones e Jude Law como protagonistas, se passa na América mas é oriente puro. As cores, as analogias e, antes de tudo, a trama. Assisti o filme pela primeira vez no cinema. Estava numa fase muito cética da minha vida, tentando ir contra a minha essência sentimetal. Resquício de uma adolescente rebelde. Só agora, com o filme em DVD nas mãos, consigo entender porque gostei tanto. A história pode acontecer em qualquer esquina. Uma penca de pessoas passam pela nossa vida, deixam marcas, algumas bem doloridas, outras coloridas. Amores acabam, outros amores amadurecem. Surpresas. Sonhos. É a vida. Tão banal que perde a nossa merecida atenção. Boas histórias estão por aí. A gente só precisa escolher as melhores e levar pra sempre.

Bjus da Bia

sábado, 24 de outubro de 2009

Enfim, o desapego

Se eu sou o que sou hoje, é tudo culpa da minha mãe. No início da adolescência, eu rosnava feito cusco por causa dela. Típica rebeldia sem motivo. Mas logo me dei conta que devo agradecer todos os dias por ser filha dela. E entre as muitas lições que ela me deu, uma só está virando realidade agora: o desapego.
Eu sempre fui muito ciumenta com as minhas coisas. Meus livros são quase filhos e meus amigos eu sempre quis por perto. Por um lado é bacana, a gente se senti viva quando tem algo pra cuidar, mesmo que esse algo não caminhe ou fale. Mas esse grude meu fazia mal, e eu nem percebia.
Eu ficava com raiva quando tinha que dividir a atenção da minha melhor amiga com outra pessoa e odiava doar minhas roupas, por mais que elas não coubessem mais. Era como se eu só conseguisse lembrar de certos momentos se essas coisas estivessem por perto. Futilidade nojenta essa, hein?!
Mas o bom é que a gente muda, e muito!
Aprendi que doar faz bem e que o que realmente importa, os sentimentos e emoções que a gente vai levar para a vida toda não precisam de "lembrancinhas" para serem ativados. Basta mexer com o coração da gente, que a presença está garantida.
Claro que ainda mantenho com carinho e um certo ciúme saudável pelos meus livros, filmes, roupas e bobagens. Mas praticar o desapego deixa a gente mais leve. E não é só a casa que fica mais espaçosa, é a gente também. Esquecer quem te fez sofrer é tarefa difícil, mas não impossível. Rir dos amores fracassados, tirar lição das decepções, aprender com as mancadas, tudo isso é combustível pra felicidade.
Sei que pareço um guia de auto-ajuda (coisa que eu odeioooooo!) mas é assim que funciona essa tal de vida. Desapego é a palavra. Mas lembre-se: apegue-se quando o coração mandar. Vai ser bom, enquanto durar.

Bjus da Bia